Comprei ontem um livro que eu estava querendo ler há algum tempo, mas de cuja existência eu havia esquecido: "A Cauda Longa" (The Long Tail), de Chris Anderson, editor da Wired. Ele fala sobre um fenômeno peculiar que aparece quando o custo de manter um determinado produto em estoque tende a zero (é o que acontece com a Amazon e outras lojas que vendem pela Internet): aqueles artigos obscuros, que você nunca encontraria em uma loja tradicional e que vendem muito pouco individualmente, juntos contribuem para uma fatia respeitável do faturamento.
Para uma loja tradicional, não vale a pena manter muitos discos que não sejam grandes sucessos universalmente conhecidos, já que eles não pagam o aluguel do espaço que ocupam na prateleira. Mas quando esse aluguel é mínimo ou nulo, aqueles milhares ou milhões de músicas/livros/filmes desconhecidos que a loja passa poder exibir vão acabar sendo encontrados pelos pelos gatos-pingados que gostam deles, e vão vender um pouco que seja. E esses poucos que sejam, quando somados, acabaram dando algo entre 30 e 50% dos faturamentos de lojas como a Amazon, a Netflix e o Google (que "vende" anúncios). Isso é muita grana.
A tradução para o português do livro estava em meio àqueles títulos de auto-ajuda do tipo "seja um executivo melhor", mas o assunto é um pouco diferente disso. Fala muita coisa sobre cultura e história da mídia, por exemplo. Eu li o artigo original da Wired, em 2004, e agora no livro quero saber se é possível uma loja se sustentar apenas com os tais artefatos obscuros. Se houver, ainda há esperança para aquele tão falado "mercado de RPG", cuja morte é anunciada todo dia.
quinta-feira, janeiro 18, 2007
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