Atendendo a pedidos, vou tentar mais uma vez continuar o Diário da Rosa. Eis o que eu tenho até agora:
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Ela foi uma rainha, o destino de uma nação equilibrado em suas mãos
delicadas.
Ela foi uma mãe, protegendo seus muitos filhos de algo terrível.
Ela foi uma prostituta, trilhando os passos dolorosos de uma vida não
vivida.
E, agora, ela era uma criança entre dezenas de outras, morando em um
orfanato enorme e dilapidado.
A transição sempre era abrupta, e de suas vidas anteriores não sobrava
mais do que um punhado de tênues memórias. O carrosel começou a girar
quando ela desapareceu por entre as estrelas, após abandonar a melhor
promessa de uma boa vida que já encontrara até então, sabe-se lá a
quanto tempo atrás. Naquela manhã, ela acordou com o nascer do sol em
uma cama estranha mas familiar, após ter ido dormir o sono eterno com
os pulsos cortados e as veias cheias de heroína.
O teto era de madeira, tábuas finas cuja pintura branca descascava em
padrões geográficos. A cama era grande, e as várias camadas de
acolchoados que a cobriam passavam a sensação de um forno. Ela nunca
havia estado ali. Ela dormia naquela cama há anos.
Foi mais fácil escorregar para fora das cobertas e sentar com as costas
apoiadas na cabeceira da cama do que tentar tirar tudo aquilo. As
paredes do quarto estavam cobertas por querubins, e havia cerca de
trinta outras camas, cada qual com sua menina grogue de sono tentando
se livrar das próprias cobertas.
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quinta-feira, julho 15, 2004
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4 comentários:
Consegui!!!!!
Está bom =)
Continua! Continua!
Escrevi uma continuação para esse trecho. Quer fazer um "projeto gênesis" com essa continuação?
Mandaí. Vamos ver como ficou :). O e-mail é u.alberton(at)uol.com.br
Vou ver se consigo interessar a Paolla nessa história.
ah,tá é que eu mandei pro mestre_bira (at) uol com br
, ok, ok vou mandar pra esse novo.
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